Se a vida existe, ela necessita ser vivida. Viver a vida é uma urgência biológica: o estômago ronca e a boca saliva por alimento, os órgãos baixos avisam que se precisa excretar etc. Há um monstro que rutila por vida dentro de nós, há esse querer, há muitos quereres resplandescentes, há esse Desejo reverberante. A vida pede por vida! sem cessar! A vida de um corpo morre, mas este mesmo é sempre abrigo de outras vidas que se multiplicam exponencialmente, em infinita potência. A vida pede por vida! A vida se alimenta de vida, que se alimenta de vida, que se alimenta de vida...! Se a Mulher Natureza nos pôs um par de olhos dispostos desta forma que aí está, foi por alguma razão, nalgum ponto de nossa lapidação incessante pelo Todo complexo que constitui este mundo. Se a Mulher Natureza nos plantou sobrancelhas, foi porque o salgado suor não nos poderia cair nos olhos, enquanto fugíamos dos tigres, correndo na savana! Se a Mulher Natureza nos moldou com um apêndice, é porque nalgum ponto de nossa existência enquanto humanos precisamos digerir a excessiva celulose! E, se esta mesma apêndice não nos causa, hoje, nada além de moléstia, é porque assim há de ser! Se sofremos; se o sofrimento é uma verdade; se o sofrer é um verbo intransitivo, é porque assim há de ser! Se não somos capazes de sobreviver nesta existência enxuta é porque sofremos - e este sofrer não constitui uma objeção à própria vida, mas apenas mais uma verdade da existência. O sofrer é uma existência desumana que existe na existência que é cada um dos humanos. E ser humano não é "Ser Humano" (o humano pode ser chamado de Ser Humano na medida em que a pedra for chamada de Ser Pedra), mas uma existência equivalente à de um rato ou à do vento. Existir é, sim, absurdo! Velhos e criancinhas atravessam ao seu lado, uma bola de fogo flutuante num céu cor de azul lhe queima a cara, a a garoa respinga e pinta de mais escuro o asfalto... e nada faz sentido! As árvores se agarram tão firmemente à terra, as raízes das árvores perfuram como garras o asfalto... e tudo continua a não ter sentido! Mas, ah, só a arte, só a Arte, só A Arte, só A Arte! é o que salva! Sevastra: quer-se sentido quer-se significado, porque quer-se justificação da trama deste absurdo que é este conglomerado de existências que tece a nossa vigília! Quer-se sentido, quer-se significado - quer-se, quer-se, cada vez mais! Absurdamente, demasiadamente: quer-se! A Arte não há de ser o ópio, não há de ser o nosso atalho a um "Paraíso"; mas há de ser o próprio fundamento da Vida! A Arte há de ser a própria existência, as próprias existências, em conluio, na direção inescapável, no nobre destino de um desfecho! Não há de se buscar teleologia aristotélica, não há de se encontrar teleologia onde não há - a Vida é um absurdo, sem finalidade alguma! Mas, há Arte, não como ópio, mas enquanto Vida multiplicada duas vezes, enquanto o Absurdo for como matéria-prima! A Arte não há de ser ópio! tampouco hão de sê-lo estas linhas torpes! Nem a Arte nem a Filosofia hão de ser ópio para o aborrecido, mero divertimento para o entediado! Se falar em moral fizesse sentido, eu diria que ser inteligente e buscar conhecimento seria uma obrigação moral! Tratar o conhecimento como passatempo é uma desonestidade intelectual. Ser inteligente não é um acessório a uma existência, mas um dos próprios critérios, um dos próprios pré-requisitos, desta! Um indivíduo inteligente há de ser inteligente, do modo que for, no ambiente em que estiver; caso contrário, morre! Inteligência é adaptação: inteligência animal é adaptação ao ambiente concreto; inteligência humana é conhecer o ambiente metafísico! Inteligente é quem alcança o sentido de sua vida - quem não o possui, nem enquanto vício ou paixão, morre enquanto deformidade perante a Mulher Natureza! Viver é uma obra à Mulher Natureza; uma obra dedicada a Esta! Somos todos, enquanto existências, servos da Mulher Natureza! Viver, do modo que for, é a nossa maior e única obra! Há de se viver, há de se suportar existir, seja enquanto herói, seja enquanto assassino - mas que se viva! Porque até mesmo o assassino, enquanto existência assumida, pode se elevar à magnificência de um herói entre existências.
quinta-feira, 10 de novembro de 2016
domingo, 2 de outubro de 2016
(Mais) um ensaio crítico sobre a filosofia de Friedrich Nietzsche
A vontade de poder consistiria numa substância do mundo, responsável por propelir o movimento constante do devir, do próprio vir-a-ser heraclitiano. O mundo, assim, seria uma batalha incessante e cega de forças entre si, sem nenhum objetivo. Tal vontade de poder seria o fundamento do mundo, sendo este uma matéria finita. Consoante o raciocínio de Nietzsche, visto que o tempo é essencialmente infinito, uma matéria limitada num tempo ilimitado seria condenada a repetir-se permanentemente. Portanto, conforme esta lógica, o mundo se repete infinitamente, bem como o homem, portanto, e todas as outras formas sob as quais a vontade de poder já se manifestou. A esse processo, Nietzsche chamou de eterno retorno do mesmo, pensamento também fulcral no ideário do filósofo. Nesta conclusão, o pensador alemão tangeu tanto a metafísica da qual se abstinha desde o cabo de sua primeira fase quanto o cientificismo de seu tempo, que tinha o darwinismo como seu principal expoente. Entrementes, Nietzsche não se contentou com uma ideia puramente científica e ao mesmo tempo metafísica, mas a expandiu para o âmbito da psicologia. Utilizando uma perspectiva pragmática, que se questiona a respeito das implicações práticas das verdades, Nietzsche conjeturou acerca das consequências que o eterno retorno do mesmo pode introjetar no mundo humano. Assim como Kant utilizou a ideia de um ente divino como um regulador moral da vida humana, Nietzsche usufruiu sua doutrina do eterno retorno como reguladora da existência prática do homem. Desse modo, no caso de Kant, o homem deveria comportar-se como se existisse um deus, ou imperativo categórico, mensurando suas ações; para Nietzsche, forte seria o ser humano que aceitasse o eterno retorno do mesmo como uma verdade prática, ou seja, como se a existência se repetisse infinitamente e idêntica ao que foi. Portanto, o homem forte afirmaria sua vida de forma igual e infinda, em todas as suas alegrias e vicissitudes. Tal ideia culmina num dos vértices do triunvirato conceitual nietzschiano: o além-do-homem. Este, assim, baseia-se na ideia de um homem em constante autodesenvolvimento, externando a sua vontade de potência tanto no domínio de outros quanto no domínio de suas próprias forças internas, superando a si próprio e a toda espécie humana. O além-do-homem provavelmente é, em Nietzsche, o aperfeiçoamento da ideia de gênio e santo, os quais justificariam a existência de uma cultura, pensamento este abordado na fase primária do autor. A existência de uma cultura, esta compreendida como área de vivibilidade de uma sociedade, fundamentaria-se no pico de encantamento num único indivíduo, o que significa que a sociedade deveria mobilizar-se ao cultivo de uma aristocracia, a qual teria poder o suficiente para uma grande magnitude artística; portanto, criando obras de arte nas quais a sociedade pudesse justificar a própria vida. Aí é que o pensamento essencialmente livre e expansivo de Nietzsche contempla concepções de cunho político e social, idealizando uma cultura baseada num sistema bicameral: um lado vive a expansão artística e criativa do gênio, e outro lado se volta à frieza dos assuntos políticos e morais. Porém, da mesma matriz de seu pensamento aristocrático surgem polêmicas a respeito da inclinação do filósofo a ideias escravistas, contrastando profundamente com os ideais democráticos e socialistas contemporâneos a ele, no século XIX. Para Nietzsche, a fim de que se possa justificar a existência de uma sociedade através da cultura, há de se garantir uma classe que cria e outra que trabalha. Consoante a configuração do mundo greco-romano clássico, o trabalho escravo seria vital para a manutenção de uma cultura, já que se pensava as classes criativas -- portanto superiores -- dignas do ócio. Tal contexto humano de desigualdade que, para Nietzsche, é uma prova da violência inerente à natureza, culminou na ruína do mundo antigo, o que influiu num dos pilares da filosofia nietzschiana: a crítica da moral. Já que as classes inferiores da configuração das sociedades clássicas eram encarregadas do peso da manutenção de toda uma cultura, houve uma rebelião por parte deste mesmo estrato social escravo. Tal revolta generalizada ocorreu principalmente no campo espiritual, refinada na criação de uma moral, a qual Nietzsche chamará de moral do escravo. Desde tempos pré-históricos, conforme a análise do pensador, a espécie humana dividiu-se entre nobres e escravos, sendo os primeiros dominadores e, os segundos, dominados. Assim, toda sociedade e toda cultura configuraram-se naturalmente da mesma forma. Os escravos, dominados, sempre sofreram o fardo da submissão, tendo sua força reduzida pela expansão da vontade de poder da classe dominante. Criou-se, pois, um ressentimento nestes dominados, os quais passaram a considerar o seu enfado como uma grande injustiça, o que acumulou forças para a criação do que Nietzsche denominou transvaloração dos valores. Este conceito se fundamenta na ideia de que, neste contexto, os valores nobres foram invertidos pelos valores escravos. Desse modo, os valores de dominância, implacabilidade, audácia e ócio da aristocracia foram destituídos, sendo substituídos pelo estabelecimento das características especificamente escravas, como a obediência, a humildade, a compaixão e a aplicação. Tais características, outrora sintomas da fraqueza, tornaram-se virtudes, construindo-se um ideário moral em busca do triunfo dos malogrados sobre os nobres. Porquanto para Nietzsche esta distinção de classes é uma nuance natural da crueldade do devir, a transvaloração escrava dos valores nobres estabeleceu-se não como um conflito de forças positivo, mas como a ascensão de uma vontade de poder negativa: ao rebelarem-se contra a estrutura desigual da civilização, os escravos instituíram uma moral que negava a vida. Enquanto antes a aristocracia dominava com sua vontade afirmativa de vida terrena, a moral escrava criou um único deus, conceitos de "bem" e "mal" -- substantivando o que eram outrora meros adjetivos, "bom" e "mau" -- e um universo imaginário, a fim de que o sofrimento terreno do escravo fosse suprimido num "Além". A escravidão transvaloradora de valores, pois, foi a acumulação milenar de forças oprimidas que insurgiu de modo tirânico, transformando em ruína a antiguidade clássica e institucionalizando uma religião, que concentrava todo o ideário de rebeldia escrava: o cristianismo. A doutrina cristã, desse modo, expandiu-se mundialmente, sendo uma grande vitória dos valores escravos sobre os nobres. Sabendo-se que, para Nietzsche, o mundo da experiência, ou o chamado "mundo aparente", é o único dos mundos possíveis, o triunfo do cristianismo tornou-se peculiar ao alcançar poder a partir da negação do próprio "mundo aparente", em prol de universos-além, isto é, mentiras. Logo, apesar de sua crítica cáustica à moral cristã, Nietzsche vê-se ainda mais crente numa transvaloração dos valores, só que utilizando seu além-do-homem como porta-voz, o qual promoveria justamente a recuperação dos valores aristocráticos pré-cristãos. É inegável que o triunfo do cristianismo foi efeito de uma grande explosão de forças criativas, sendo tal energia artística algo que o filósofo alemão primou ao longo da história de seu pensamento. Entrementes, o pensador, que chegou ao ponto de conjeturar soluções genocidas para o extermínio das populações herdeiras dos valores escravos, critica o ascetismo e a periculosidade do sacerdote, embora ele mesmo seja, em sua filosofia, um asceta. Para além da postura afirmativa da vida que corrobora em seu pensar, Nietzsche, pois, é um asceta que se abrigou em verdades eternas e metafísicas, tal qual o cristão, que se fundamenta em mundos imaginários, aos quais o pensador alemão tanto se opôs. A filosofia nietzschiana, aí, enverga-se contra si mesma; o que não faz, porém, desaparecer sua importância na história do pensamento humano, ao influenciar as diversas vertentes do conhecimento que proporcionaram novas interpretações do homem.
sexta-feira, 10 de junho de 2016
Ultraconservadorismo transcendental
UMA DOUTRINA
Enquanto Kant tem seu "idealismo transcendental", eu crio a doutrina do "ultraconservadorismo transcendental".
"Ultraconservadorismo" porque contempla a amplidão de sentidos que o conceito "conservadorismo" suscita, este hoje, em seu sentido ordinário, sinônimo de favorecimento à diminuição do Estado e à exploração de mão de obra, dentre outros pensamentos. "Transcendental" porque transcende tanto a noção presente de conservadorismo, bem como supera o limitado antagonismo existente entre liberalismo e marxismo.
O ultraconservadorismo transcendental consiste numa espécie de conservadorismo não fundamentado no liberalismo e no positivismo (como geralmente se caracteriza o movimento dos reacionários), mas no favorecimento de um retorno dos moldes aristocráticos de governo, que remontam aos momentos mais primitivos das sociedades humanas. Tal doutrina, portanto, é tão utópica quanto o marxismo, que almeja retomar o comunismo primitivo das priscas eras de nossa História - completamente inexequível para o ponto a que a raça humana chegou. Qual é o processo evolutivo mais natural não só dos agrupamentos humanos, como de todas as espécies? A formação de hierarquias. Quem está no topo e nos estratos mais inferiores destas? Respectivamente, o(s) mais apto(s) à liderança e os subjugados pelo(s) líder(s). Pensemos numa lógica evolucionista: são os seres mais adaptados que sobrevivem e se perpetuam. Logo, seja o mais forte fisicamente, seja o mais perspicaz, o legislador e comandante deste agrupamento humano triunfou de algum modo sobre os demais. A partir da vitória deste tirano (ou desta oligarquia), toda a matéria humana restante estará sujeita a ele. A massa humana não triunfante será a plebe, enquanto o vitorioso, grupo ou indivíduo, será nobre. As ações da plebe serão delimitadas segundo a livre vontade do dominante.
Alguma semelhança com a totalidade das sociedades humanas a nível embrionário não é mera coincidência - mas, sim, natureza, pureza ingênua dos instintos. O ultraconservadorismo transcendental esmigalha liberalistas e marxistas concomitantemente. Sob este aspecto, pode-se pensar o nazifascismo como única alternativa além desta polarização. Mas, ele foi um produto específico de certa rede de circunstâncias históricas, culturais, econômicas e políticas, enquanto o ultraconservadorismo transcendental, fazendo jus à essência de seu adjetivo, é universal e atemporal. Com isso, qual minha objeção aos marxistas? A filosofia marxista tem profundo valor teórico, especialmente na sociologia. A substância ideológica desta vertente é, de todo, legítima, em sendo um produto da reação das massas à exploração dos capitalistas - legítima como o são todas as forças, mesmo as contrárias entre si, que irrompem de ambos os lados da dialética histórica. A ditadura do proletariado é plenamente justificada, portanto - em sendo uma instauração do poder em sua substância, qual seja, a garantia de evasão dos impulsos despóticos de um líder ou de um povo. No entanto, o objetivo maior do marxismo, isto é, a sociedade comunista, visa à justiça e ao igualitarismo. O que seria a justiça e o igualitarismo, sob uma perspectiva psicológica, senão resultantes da dor do sofredor? "O indivíduo, a sociedade e o mundo têm de ser justos, porque não mais suporto a dor", pensa, nas maiores profundezas de seu ser, o sofredor. "Os indivíduos numa sociedade, inclusive todas as espécies do mundo, têm de ser iguais entre si, recebendo os mesmos direitos, porque não mais suporto a dor", diz o discurso implícito, subjacente, dos modernos (democratas, comunistas, anarquistas) e, também, dos ecologistas e vegetarianos de todo tipo. O sofredor, quando não suporta a derrota diante do vitorioso outro, cria os conceitos de justiça e injustiça, almejando a primeira e lutando contra a segunda. O sofredor, quando não mais suporta a própria derrota, não só clama por paz, como embeleza, espiritualiza a paz - ideológica e/ou religiosamente. O sofredor luta contra a guerra - ele covardemente dispensa a possibilidade de vitória própria, substituindo-a por consenso, paz, amor ao próximo e dialética (de Sócrates-Platão). O marxista, pois, utópico que é, consiste num débil com vestes de ideologia (debilidade esta que, com obstinação, é capaz de alcançar a vitória através de outras estratégias, sem que, no entanto, o fundamento cruel da busca pelo poder se sublime, apesar de seu discurso dizer exatamente o oposto - vide o cristianismo1).
Qual minha objeção aos liberalistas? Eles são atualmente a tese, a norma, hegemônicos que são. Controlam, legislam, preservam - dominam. Nada mais legítimo. Entrementes, os liberalistas é que são hoje os grandes agentes da exploração mais cruel, porque generalizada, destinada a um todo humano de extraordinárias proporções. Tornando a imensurável massa humana existente, por eles assujeitada, num organismo eternamente dependente, arruínam a manifestação da força vital de um povo, com isso sua cultura e, consequentemente, sua justificativa de existir - tornando supérfluos e, no máximo, de alguma forma válidos para o lucro a arte, os ritos, mitos e afins. Os liberalistas transfiguraram uma nobreza legítima, baseada na natureza de indivíduos e povos, em mera aristocracia econômica. Não mais a potência de uma fisiologia ou de uma etnia que determinam os sentidos da história, mas, sim, um produto maior de riquezas materiais e maiores quantias de dinheiro. Instaurou-se, assim, uma floresta de prédios e concreto, em que humanos, bestas em plena energia vital, são amansadas e reduzidas à força energética para mão de obra forçada - uma floresta acinzentada de bestas e de um mundo que perderam seu colorido. Que rachemos o concreto e recuperemos o colorido que nele subjazia - recuperando o colorido do animal-homem, o colorido da vida. Ao menos num ponto os marxistas são sensatos: na sede por revolução.
Somente no ápice do conflito entre tese e antítese, apenas no processo de geração de uma nova tese, é que a velha configuração da vida retorna, qual seja, a guerra - em que se decide, sob o espírito santo da vida, o legítimo vitorioso, que logo triunfará e estabelecerá um novo padrão para a sociedade, girando novamente o palco da humanidade, redirecionando esta sobre novos trilhos - assim o fez cada nome inscrito e eternamente rememorado em nossos registros históricos. Portanto, a brecha em que o ultraconservadorismo transcendental poderá retornar se dá em momentos de crise generalizada, em períodos de profunda desordem, quando ou é tudo ou é nada - isto é, revolução. Sejamos pragmáticos: neste momento específico da história, em que o liberalismo é hegemônico, movo-me para a esquerda, ao lado dos marxistas, pelo mais genuíno desejo de uma crise que, assim, dará a luz para uma nova tese, cuja existência restituirá a ingenuidade do devir2.
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1 O cristianismo do amor incondicional ao inimigo estabeleceu a Inquisição. Objetar sob o raciocínio de que os cristãos inquisidores não eram "verdadeiros cristãos" é uma falácia, a mesma que se propaga dos marxistas críticos de Stálin e a óbvia catástrofe de seu governo socialista - "Stálin não era um comunista de verdade".
2 Ou vir-a-ser, vide filosofia de Heráclito, filósofo pré-socrático. Restituir "a ingenuidade do devir" é libertar a humanidade de ideais que contradizem o movimento constante da natureza, em todo seu horror e delícia. O marxismo, que é a doutrina mais criticada neste texto, destrói a inocência do devir porque condena este por sua crueldade inerente e primordial, ao almejar, por exemplo, uma sociedade de igualdade num mundo intrinsecamente desigual.
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